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Desde pequenos entendemos que é inevitável fazer escolhas. Aprendemos que cada uma delas possuem pesos diferentes e conseqüências muitas vezes ainda mais distintas. Seja a roupa que usará na balada de amanhã ou o candidato em que votará nas próximas eleições, do menor ao maior, viver e escolher são dois atos completamente interligados. Nesse contexto de escolhas e decisões nenhum outro exemplo cairia melhor do que o vestibular. De fato comparar a vida a uma prova extensa e sempre decisiva, com diversas alternativas e perguntas, horas fáceis outras difíceis, seria uma perfeita analogia. Entretanto, o assunto em pauta nesse post será um pouco mais específico e agudo, um momento sim relacionado ao vestibular, que pode não parecer mas exige muito mais do candidato do que a própria prova. Do que estou dizendo? Da escolha de uma carreira. 
Os jovens e adolescentes de hoje, tão frequentes tachados como irresponsáveis e imaturos, veem jogada em suas mãos logo cedo a batata quente de decidir: "O que eu quero ser na vida?". Se fizermos essa mesma pergunta para uma criança de 5 anos ela nos responderá naturalmente, sem maiores poréns: 'piloto, policial, médico, jornalista', a resposta é fácil oras, dirão o que mais lhe atraem, o que sonham ser. Mas com o passar dos anos entendemos a dinâmica das coisas e percebemos que nem sempre nossos sonhos são possíveis ou até mesmo a melhor opção. Ao contrário de uma criancinha, um adolescente de 17 anos, que acaba de sair do colégio, já conhece o mundo, tem consigo a vontade de ganhar dinheiro, a preocupação com uma reputação, a necessidade de aceitação da família, e é nessa esquina de tantas vias a serem consideradas que muitos se confundem e tem dificuldades para escolher qual o caminho a seguir. De acordo com o psicoterapeuta e especialista em psicologia escolar Leo Fraiman, há sete coordenadas indispensáveis para uma boa decisão profissional. "O estudante deve saber exatamente (1) o que ele fará no dia-a-dia, (2) com o que irá trabalhar, (3) com quem trabalhará (quais áreas e profissionais trabalharão com ele), (4) onde irá trabalhar (em casa, num grande escritório, na rua), (5) o que irá estudar, (6) como será seu estilo de vida e, a peça fundamental para a satisfação profissional, (7) qual é o significado do que ele fará", explica Fraiman. Em momentos como esses entram em campo os velhos clichês: listar atividades de seu interesse, conversas com pessoas e estudantes da área, e claro, pesquisar o máximo possível sobre o assunto. Vale ressaltar também o cuidado para uma decisão individual. Muitas vezes nos deixamos levar pelo curso da moda, pelos desejos de nossos pais ou por aquilo que é tendência entre nossos amigos. Só porque todos seus colegas pretendem cursar engenharia, não significa que se você prestar vestibular para geografia, por exemplo, será alguém menos importante ou com menores chances de 'se dar bem'. A ilusão de uma profissão perfeita, da carreira de sucesso garantido, é apagada a cada dia mais. O mercado atual não garante êxito pelo diploma que você carrega, mas sim pela bagagem e competências que traz consigo, independente da área na qual estará inserido. Portanto, nessas horas vale uma reflexão pessoal e sincera. Pesar aspirações e receios, coletar dados, questionar, tudo isso construirá uma decisão, mesmo que aparentemente insegura, bem estruturada e consciente.