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Singular do Plural

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Rabiscos de lápis, teses sociais, discursos inflamados. Que me desculpem os românticos por obrigação, mas de hipocrisia já tenho me fartado. Não que eu faça apologia as mazelas do mundo, mas por favor, não me obriguem a negar suas existências e dêem-me licença para aceitá-las. Já estou farto desse mundo onde se esconde o preconceito. Não me alegro por isso, mas sim, sou preconceituoso, e quem não é? E antes que me venham atirar pedras já peço desculpas e me justifico num desabafo poético. Cansei-me de ter que falar mal dos políticos e fingir que a corrupção me incomoda. Tudo isso pra quê, consenso social? Estou indigesto de viver em harmonia com todos, quando na verdade em certos dias não suporto nem a mim mesmo. Quero meu direito de ser fútil, de acreditar que dinheiro traz felicidade e de assistir reality shows. Exijo meus momentos de egoísmo puro e permissão para pensar que escolar não é para qualquer um, de não querer fazer um mundo melhor. Enfim, neste século que tanto se prega a liberdade e a expressão, me surpreendo capturado por um sistema cínico de insinuações de falsas escolhas. 

Traço

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Meus versos mais bonitos são de momentos árduos de saudade e solidão. Talvez por isso minha 
vocação em ser poeta. A rotina da falta, da espera - que me dói, me inspira. Nas pegadas desse 
chão, caminho, tropeço... eu sigo. Mas não as pertenço. 
Minha história escrevo na busca concreta pelo lúdico. Nem sei. Aliás, quero tanto e tenho nada 
que já nem quero querer. Mentira! Quero sim. Mas quero pouco, uma pílula de exagero, de 
miúdo. Sou de colo, quero beijo, o afago dos olhos, teu sorriso, suspiro, noite em claro. 
Se estou já me perco. Enquanto você quebra os meus códigos, eu lhe decifro. Te amo, te odeio, 
te inspiro a me arriscar. Daqui não sou, portanto, a rotina não me interessa. 
As vezes me espanto com o curso que me levo, ou com a força das ondas contrárias. Não muito 
raro me questiono se navego sozinho para o nada. Meu leme, cúmplice de minhas sandices, se 
nega a tomar um rumo que não o do teu cais. Os ventos ecoam, proclamam um futuro que destoa 
da correnteza que tenta me provar que não verei o pôr-do-sol. 
E me deixo na ressaca desse mar, para que me achegue a calmaria das praias de um abraço. 
Sou imenso, turbilhão de profundidade. Sou vida, mistério, força em calmaria. Mais do que eu, 
somente tudo aquilo que quero ser e que em mim coesiste ao habitar.