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Era um domingo típico, tradicional. Juntos na cozinha, haviam acabado de acordar. No relógio, as onze horas e dezessete minutos confessavam a vontade de um estar com o outro, a perda da noção do tempo. Parado com uma caneca branca nas mãos, com a cara ainda meio amassada, ele olhava fixo para o nada e então sorriu...

-Que foi?
-O que? perguntou ele ainda sorrindo
-Você aí, parado, olhando pro nada e rindo feito um bobo.
-Sei lá, tudo isso é engraçado.
-Como assim engraçado, amor? Isso o que?
-Isso... isso eu, quer dizer nós... você.
-Tá rindo de mim, é isso?
-Rindo da vida, da sorte... das preocupações. Por que você demorou tanto ein?
-Demorei aonde, amor?
-Olha, as vezes pensei que você nunca fosse chegar. E como eu me desesperava... como pode né?
-Como pode o que?
-A gente faz tanto esforço pra tudo se perder, e quando fica imóvel tudo se ajeita, irônico isso, não acha?
-Plínio!

Na súbita exclamação de seu nome voltou a si. Voltando a sorrir se levantou da cadeira e com uma voz mansa limitou-se a dizer Obrigado.