De olhos fechados

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Tenho nojo, ânsia daquilo que não se pode confiar. Como dizia meu pai, a confiança é como um espelho, uma vez quebrada é impossível recupera-la da mesma forma. Mas é irônico como todos prezam pela fidelidade e, na contra mão, não se preocupam em serem recíprocos. Confesso estar parado há um bom tempo neste trecho, tentando encontrar palavras mais liberais, mas não consigo. Quando o assunto é confiança, fidelidade, respeito, sou ortodoxo. Não acredito em meias traições, muito menos em meias verdades. Estar com alguém implica em renúncia consciente, compromisso. Porém, se os aspectos 'judiciais' do acordo não são o bastante, podemos analisar o tema por uma visão mais sensível, o gostar. Como disse em "Rubber Band" - "amar é permitir-se acreditar em quem se ama, confiando nisso o que temos de melhor. Ao contrário do que falam, amar não é arriscar-se, é apostar no certo (ou o que julgamos ser)". Quem ama não trai, nem sequer procurar um outro alguém. Se isso acontece, não se tem mais um relacionamento, mas sim um jogo estratégico. Por quem cativamos bons sentimentos, jamais os permitiremos à exposição das nossas brincadeiras. Aquele que ama se contenta, e se não contente se afasta, porque gosta, cuida, se preocupa em não fazer da outra parte um aparato de apoio para o suprimento de suas carências. Posso ser tradicional, ou um romântico ultrapassado, enfim... só sei que estou cansado disso, disso de brincar de acreditar. Quero amar de olhos fechados, é pedir demais?