De costume

No comment yet

Li uma vez, nas paredes perdidas da vida, que todos somos egoístas até que achemos alguém  com quem valha a pena pensar no plural. Porém, mais difícil que flexionar o contexto ao coletivo, é readaptar-se à rotina do singular. Fazer a partilha, redefinir os limites, acostumar-se com o silêncio e a mão desatada, que não mais entrelaça os dedos. E talvez por isso tamanho egoísmo. Egoísmo que se isola, no intuito de evitar o desgaste de um coração que batia na sincronia de dois, e que agora sofre a fadiga de reaprender a frequência da solidão.